Projeto "Permafrost and Climate Change in the Antarctic Peninsula" (PERMANTAR-3 - PTDC/AAG-GLO/3908/2012)
Duas bolsas para licenciado Informações para os dois perfis em: - http://www.eracareers.pt/opportunities/index.aspx?task=global&jobId=44677&lang=pt - http://www.eracareers.pt/opportunities/index.aspx?task=global&jobId=44679&lang=pt Data limite de candidatura: 28 April 2014 Brevemente irá ser aberta uma terceira bolsa no quadro do mesmo projeto. ***** PERMANTAR-3 - Resumo O permafrost é uma das Variáveis Climáticas Essenciais definidas pelo GTOS e a sua importância Global é hoje amplamente reconhecida. Ocupa mais de 20% da área continental do Hemisfério Norte (HN), praticamente todas as áreas não-glaciadas da Antártida e amplas áreas nas altas montanhas. A camada activa está a tornar-se mais espessa em muitas regiões do HN e, consequentemente, está-se também a verificar o aquecimento do permafrost, embora as suas consequências climáticas sejam ainda mal compreendidas. Estimativas recentes indicam que os solos boreais e árticos com permafrost contêm o dobro do carbono da atmosfera (Schuur et al 2009) e que com o aquecimento, se poderão gerar fluxos significativos de CH4 e CO2. Um permafrost em aquecimento influencia também os ecossistemas terrestres, com mudanças importantes na hidrologia, ecologia e na estabilidade do terreno, em especial com permafrost rico em gelo. Para melhor compreender a dinâmica do permafrost, a IPA coordena a Global Terrestrial Network for Permafrost (GTN-P) e o Circumpolar Active Layer Monitoring System (CALM). Neste âmbito, são mantidas no HN centenas de sondagens para monitorização do permafrost e de sítios de monitorização da camada ativa. Existem 75 sondagens GTN-P e 18 sítios CALM na Antártida, tendo sido a maior parte instalados durante o API, pelo que as séries de dados são ainda curtas. Na Península Antártica (PA), apenas 6 sondagens têm mais de 10m de profundidade e 4 delas são da equipa PERMANTAR. Os projetos portugueses Permadrill, Permantar e Permantar-2, que precedem esta proposta contribuiram para a implementação das redes GTN-P e CALM na região da PA. Várias sondagens e sítios CALM têm sido instalados através de colaborações com a Argentina, Brasil, Bulgária, Espanha, E.U.A., Rússia e Suíça. Atualmente esta rede funciona como um consórcio integrado nas actividades de grupos de trabalho da IPA e do SCAR. Uma abordagem como esta, para além de contribuir para a instalação de infraestruturas de monitorização, possibilitou também uma visão de conjunto do estado térmico do permafrost antártico (Vieira et al 2010). Está a tornar-se claro que a PA, uma das regiões onde o aumento da temperatura do ar tem sido maior nos últimos 60 anos, apresenta um permafrost com grande sensibilidade climática. Nas ilhas Shetland do Sul, as temperaturas do permafrost encontram-se ligeiramente abaixo de 0ºC e há condições potenciais para a degradação do permafrost. As consequências para os ecossistemas terrestres são desconhecidas, mas esperam-se mudanças na hidrologia, armazenamento de carbono (sumidouro devido à colonização vegetal?) e na dinâmica geomorfológica. A região apresenta-se, por isso, como um laboratório natural para o estudo das reacções do permafrost às mudanças climáticas. O PERMANTAR-3 apoia-se na experiência de projetos anteriores e em fortes colaborações, com um real envolvimento dos parceiros internacionais, no planeamento, trabalho de campo, análise de dados e disseminação dos resultados. Estudantes de doutoramento e pós-doutoramento beneficiam desta dinâmica, contribuindo para o desenvolvimento de massa crítica. O convite a Portugal para organizar a 4th European Conference on Permafrost em 2014 ilustra o significado internacional da nossa contribuição. A presente proposta foca-se na manutenção e actualização de vários sítios GTN-P e CALM na região da PA, mas também no contributo para responder a novas questões que nasceram do trabalho em curso. Neste sentido, o PERMANTAR-3 é muito mais do que um projeto de monitorização, constituindo-se como uma abordagem integrada que visa resultados científicos sólidos sobre a reação do permafrost antártico a um clima em mudança. O âmbito do projeto alarga-se agora a um transeto latitudinal entre 61 e 65ºS na região ocidental da PA, onde nos focamos além da tradicional monitorização térmica do permafrost. Variáveis associadas à dinâmica e modelação do permafrost serão estudadas de forma mais integrada do que até aqui, aplicando tecnologias de ponta. Analisar-se-ão: a dinâmica da neve das escalas local à regional; a variabilidade do teor em água da camada activa; o conteúdo em gelo da camada transiente; e as mudanças nas taxas movimento de processos geomorfológicos. O PERMANTAR-3 concentra-se num conjunto de questões-chave aplicadas ao transeto latitudinal e que conduzirão a investigação: 1) Onde se encontra a fronteira entre o permafrost contínuo e descontínuo? 2) Como varia a sensibilidade climática do permafrost? 3) Qual é o papel dos neveiros tardios próxima da fronteira do permafrost contínuo? 4) Como varia sazonalmente a água na camada ativa? 5) Como se distribui o conteúdo em gelo na camada transiente e quais são as suas consequências para a degradação do permafrost? 6) Poder-se-ão estimar taxas de deformação do terreno a partir da análise DInSAR, com significado regional na PA? 7) Poder-se-ão usar unidades geomorfológicas-chave como geoindicadores de mudança climática na região da PA Comments are closed.
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