Portugal tem uma história muito rica de ciência, descobertas e de exploração. Historicamente, é um dos países mais mencionados quando se fala sobre o início da exploração polar, no século XVI.
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O Programa Polar Português - PROPOLAR tem na origem da sua estrutura actual, o IV Ano Polar Internacional 2007-08 (IV API), em inglês INTERNATIONAL POLAR YEAR - IPY.
Após a criação do primeiro grupo de trabalho provisório em Dezembro de 2004 para preparação das actividades portuguesas para o API, foi aprovado em Março de 2006 pelo então Ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, o Professor José Mariano Gago, o Comité Português para o API, composto por 10 membros: Prof. Luís Mendes-Victor, Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa (Presidente); Prof Luís Aires de Barros, Sociedade de Geofísica de Lisboa; Prof. Adelino Canário, Centro de Ciências do Mar da universidade do Algarve; Prof. Pedro Miranda, Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa; Doutor António Pedro Viterbo, Instituto de Meteorologia ; Doutor José Xavier, Centro de Ciências do Mar da Universidade do Algarve; Prof. Gonçalo Vieira, Centro de Estudos Geográficos da Universidade de Lisboa (contacto nacional); Com. Agostinho Ramos da Silva, Sociedade de Geografia de Lisboa (colaborados); Professora Ana Maria Silva (Centro de Geofísica da Universidade de Évora); Doutora Vera Assis Fernandes (Instituto de Geofísica da Universidade de Coimbra). Esta estratégia de actuação de Portugal durante e após API foi traduzida num documento (Estratégia Científica Portuguesa para o Ano Polar Internacional 2007-08, Xavier et all, 2006) produzido em versão portuguesa e inglesa, a qual consistia também numa forma de avaliação do estado da ciência polar nacional. O documento demonstra assim os significativos avanços que a ciência polar portuguesa conheceu, em particular a partir de meados da década de 1990 até 2007, no que respeita ao aumento da massa crítica, nº de colaborações internacionais, nº de publicações e participação em comités científicos internacionais. A maior parte destes avanços ocorreram ao nível da investigação antárctica.
O ESTADO DA CIÊNCIA POLAR PRÉ-API 2007-2008
Nos 30 anos que precederam ao evento comemorativo internacional denominado de IV API, a investigação portuguesa, ao nível da ciência polar, era realizada por poucos investigadores, de um modo irregular, e encontrava-se relativamente dispersa e isolada, com ligações pontuais de cada investigador a um ou mais comités internacionais de investigação ou avaliação da ciência polar (ex: SCAR, IPA, etc) e/ou colaborações internacionais com países membros do comité científico para a investigação na Antárctica (Scientific Committee for Antarctic Research - SCAR) nas seguintes áreas científicas: • Ciências biológicas (Reino Unido e França); • Criosfera e variações climáticas (Espanha, Brasil e Bulgária); • Física da atmosfera (Itália); • Ciências Planetárias (Estados Unidos da América). Previa-se que o enquadramento científico internacional durante o biénio que constituiu o Ano Polar Internacional (Março de 2007 a Março de 2009) fosse extremamente favorável ao desenvolvimento de parcerias e ao estabelecimento da ciência polar em países sem tradição de investigação naquelas regiões. Além disso, o elevado esforço científico e logístico que estava a ser levado a cabo a nível internacional durante o API constituíam também catalizadores para o desenvolvimento da ciência polar portuguesa. Dado esse quadro internacional, o Comité Português para o API considerou que estariam criadas as condições ideais para o estabelecimento de um Programa Polar Português, fortalecendo o papel de Portugal e dos seus jovens cientistas, nas regiões polares. Esta perspectiva era também partilhada pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), e deveria aproveitar o API como plataforma de arranque. RESULTADOS DO IV API
Os anos que se seguiram, quer durante quer imediatamente após o IV API, foram marcados por uma série de acontecimentos, previstos no documento da Estratégia Polar Nacional, e que levaram à inevitável restruturação do Comité Português para o Ano Polar Internacional. Durante o IV Ano Polar Internacional, Portugal teve uma enorme visibilidade e um grande reconhecimento nacional e internacional do esforço de actuação promovido pela comunidade científica em Portugal, não só ao nível da investigação polar, como também na educação, divulgação e comunicação de ciência. A. PROGRAMA CIENTÍFICO
Projetos Portugueses de Ciência Polar Ao nível científico, Portugal fez maiores contribuições nas ciências biológicas e ciências da Terra, com jovens cientistas a ter um papel relevante. A ciência polar Portuguesa investigou processos complexos que transcendem as disciplinas tradicionais, envolvendo colaborações internacionais e multidisciplinares. Durante o IV API, foram desenvolvidos 5 projetos nacionais de investigação nas regiões polares, os quais deram continuidade para além deste biénio:
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B. PROGRAMA EDUCATIVO
LATITUDE60! - Educação para o Planeta no Ano Polar Internacional 2007-2008 Ao nível educativo, Portugal criou um dos mais bem sucedidos programas educacionais dentro do API, o programa LATITUDE60! - Educação para o Planeta no Ano Polar Internacional 2007-08 (projecto de educação e divulgação do Comité Português para o Ano Polar Internacional). Este programa, com uma forte ligação directa aos jovens cientistas polares portugueses, forneceu uma oportunidade única para professores, estudantes, a comunidade política, e o público em geral, de terem acesso a informação importante sobre as regiões polares, perceber a importância destas regiões para o planeta e a relevância da ciência polar Portuguesa.
De entre as actividades e materiais produzidos e dinamizadas no quadro do projeto educativo LATITUDE60!, entre 2006 e 2008, contabiliza-se a implementação de um website, intitulado Portal Polar Português. O espaço originalmente criado para este Portal, para apoiar as ações nacionais desenvolvidas no quadro IV API 2007-2008, encontra-se atualmente a funcionar como arquivo de informação e conteúdos do API, alojado no servidor da Reitoria da Universidade de Lisboa, sob o endereço www.portalpolarantigo.ul.pt/. A nova estrutura de website, que veio substituir este espaço e dar continuidade à divulgação e promoção das ações desenvolvidas pela "comunidade polar nacional", está acessível através do seu endereço original www.portalpolar.pt. Após o API, a gestão dos seus conteúdos passaria a ficar a cargo de uma nova estrutura de apoio à ciência polar nacional denominada Programa Polar Português (PROPOLAR). |
PROPOLAR
Programa Polar Português Verificada, durante o IV API, uma maior representatividade e consolidação internacional da ciência polar realizada em Portugal, com um aumento significativo da massa crítica e alargamento a novas áreas de investigação, surge, em finais de 2007, o Programa Polar Português (PROPOLAR). A proposta foi apresentada pelo então Comité Português para o API à FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia), com o objectivo de dar continuidade ao desenvolvimento da ciência polar portuguesa pós API. Esta proposta consistia num conjunto de 7 medidas que iam ao encontro dos objectivos delineados no documento da Estratégia Científica:
Iniciado em finais de 2007, com financiamento da Fundação para a Ciência e a Tecnologia e a Caixa Geral de Depósitos, o Programa Polar Português (ProPolar) consistiu inicialmente num conjunto de 7 medidas propostas pelo Comité Português para o Ano Polar Internacional à Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), que visavam promover o desenvolvimento da ciência polar portuguesa.
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Medida 1 – Financiamento dos projectos nacionais do Ano Polar Internacional No âmbito da medida 1, foram levados a cabo, entre 2008 e 2010, 5 projectos de investigação em áreas ligadas às alterações climáticas, financiados pela FCT:
Medida 2 – Despesas de funcionamento do Comité Polar Português, A medida 2 deste Programa engloba as despesas gerais necessárias ao funcionamento do ProPolar como secretariado, missões, quotizações de organizações internacionais, organização de congressos anuais de Ciência Polar Portuguesa, despesas correntes, equipamentos, etc. _______________________________ Medida 3 – Nova Geração de Cientistas Polares No âmbito da Medida 3, foi implementado, em 2008 e em colaboração com a CGD, o Programa Nova Geração de Cientistas Polares (PNGCP), com a atribuição de 6 bolsas de investigação financiadas pela referida instituição. _______________________________ Medida 4 – Apoios ao desenvolvimento de novos projectos e parcerias Esta medida visa cobrir despesas relacionadas com missões para preparação de novos projectos polares e parcerias. _______________________________ Medida 5 – Investigação Polar Portuguesa para além do API A medida 5 é uma das medidas centrais do ProPolar, pois define os níveis de desenvolvimento da ciência polar nacional pós API: bases financeiras para implementação de projectos polares nacionais; protocolos de colaboração internacional; _______________________________ Medida 6 – Logística Polar
Estudo e avaliação das várias possibilidades de desenvolvimento e partilha de infraestruturas de base à ciência polar. Esta medida visa também garantir a sustentabilidade do investimento efectuado na formação de investigadores polares; Em finais de 2011, arrancou a primeira campanha portuguesa de investigação antárctica PROPOLAR 2011-12 que incluiu 7 projectos nacionais em diferentes áreas de investigação e possibilitou o transporte de investigadores e equipamento entre Punta Arenas e a Ilha de Rei Jorge, no arquipélago das ilhas Shetland do Sul, Península Antárctica. Esta campanha contou com o financiamento da FCT e foi coordenada pelo CEG/IGOT-UL (instituição proponente), CCMAR-UALG, IMAR-UC e CQE/IST-UTL. _______________________________ Medida 6 – Logística Polar (a) Portal Polar Português: desenvolvido durante o API enquadrado em financiamento do projecto LATITUDE60! (Ciência Viva, POCI, FEDER), o Portal Polar Português (www.portalpolar.pt/antigo - antiga versão actualmente desactualizada) teve como objectivo constituir, para além do API, a principal porta de entrada para os portugueses, e também uma referência para o Mundo Lusófono, no que respeita à informação sobre as regiões polares e alterações climáticas. Dentro desta medida pretendia-se que estivessem incluídos os custos de manutenção do site, bem como a criação de conteúdos e actualização. (b) Base de dados polares: à semelhança dos restantes países do SCAR, e seguindo as directrizes do API, os dados resultantes da investigação polar deverão ser de livre acesso para a comunidade científica e encontrar-se arquivados numa base de dados informática nacional. Sempre que possível os dados serão cedidos às bases de dados internacionais, como é o caso dos World Data Centers. _______________________________ |
PROGRAMA NOVA GERAÇÃO DE CIENTISTAS POLARES
MEDIDA 3 Com o apoio da FCT e posteriormente da CGD (Caixa Geral de Depósitos), o PROPOLAR foi apresentando uma forma mais concisa e, em finais de 2008, surge o Programa Nova Geração de Cientistas Polares (NGCP), que previa contribuir para a ciência polar portuguesa através da atribuição de bolsas de incentivo a jovens investigadores portugueses. |
CONSOLIDAÇÃO DA CIÊNCIA POLAR PÓS-API
Em Janeiro de 2010, Portugal ratifica, em Diário da República, o Tratado da Antárctida. É um dos momentos que vincam o reconhecimento do esforço e do empenho nacional no desenvolvimento e promoção de ciência de excelência, e da sua projeção internacional. Em Junho de 2010, da-se o encerramento oficial do Ano Polar Internacional 2007-08, com o balanço dos resultados, verificados internacionalmente, quer ao nível científico como de educação e divulgação, sendo que Portugal contou com uma representação significativa de 11 elementos em diferentes áreas de investigação; http://www.portalpolarantigo.ul.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=693&Itemid=103 Findo o IV Ano Polar Internacional, o Programa Polar Português (PROPOLAR) surge então como uma garantia de dar continuidade à dinâmica gerada pela forte consolidação da ciência polar em Portugal. ( ver também as parcerias e representações de Portugal em organismos Internacionais ) |
O GABINETE POLAR DA FCT (Fundação para a Ciência e a Tecnologia)
Na sequência da avaliação levada a cabo pela comunidade científica nacional acerca das necessidades inerentes à evolução da investigação polar, das obrigações decorrentes da adesão de Portugal ao Tratado para a Antártida em Janeiro de 2010, à especificidade das infraestruturas logísticas envolvidas, nomeadamente tecnológicas, e ao acentuado caráter internacional das parcerias e entidades nas quais se integra a participação portuguesa, a criação do Gabinete Polar da FCT a Dezembro de 2011 vem responder à necessidade de uma base de apoio e acompanhamento institucional à investigação nacional nas regiões polares. O Gabinete Polar dispõe de dois conselheiros científicos: Professor Gonçalo Vieira (Universidade de Lisboa) e Doutor José Xavier (Universidade de Coimbra), em permanente articulação com a FCT nas diversas iniciativas na área polar. |
AS CAMPANHAS DE INVESTIGAÇÃO PROPOLAR
(www.propolar.org) Com o apoio da FCT e sob coordenação de investigadores do IGOT-UL (instituição proponente), CCMAR-UALG e IMAR-UC, são criadas condições logísticas para a realização de missões científicas coordenadas na Antártida. A primeira campanha de investigação do Programa Polar Português, denominada PROPOLAR-2011-2012, dá início em Novembro de 2011, permitiu a realização de trabalhos na Antártida por parte de 7 projetos de investigação, envolvendo 17 cientistas de 7 instituições nacionais. Portugal, contribuiu pela primeira vez com logística própria para investigação na Antártida, através do fretamento de um voo comercial que opera entre a cidade de Punta Arenas (no extremo sul do Chile) e a Ilha de King George (na península Antártida), disponibilizando os assentos a programas polares dos países parceiros. O voo PROPOLAR-2011 apoiou um total de 73 passageiros, 57 dos quais pertencentes a programas antárticos de outros países : Argentina, Bulgária, Chile, Coreia do Sul e Espanha. O projeto PROPOLAR-2012, e os projetos seguintes, vem dar continuidade ao PROPOLAR-2011, consolidando a atividade científica e o contributo logístico português. Durante a Campanha Antártica 2012-13 decorreram 9 projetos de 9 instituições nacionais, com 23 investigadores no terreno, tendo sido incluída pela 1ª vez a Antártida Oriental como área de atividade. A campanha PROPOLAR 2013-14, estende pela primeira vez o seu apoio logístico à região do Ártico, facilitando o acesso de investigadores de instituições nacionais a estas regiões. Para continuar a satisfazer a sua curiosidade sobre as campanhas de investigação PROPOLAR, convidamo-lo a consultar o site http://www.propolar.org/. Estaremos sempre ao seu dispor para qualquer esclarecimento |
Última actualização da página: 14-07-2015